Nesta rota de Fafe, sentimos vontade de caminhar devagar de forma a contemplar tudo que nos rodeia.

Caminhos murados com muito musgo o que torna o percurso num cenário muito agradável. Quedas de água, moinhos, musgos, bosques de carvalhos, espigueiros e campos verdejantes do ambiente rural.

Quando encaramos a exploração de novos trilhos em dias chuva o desafio da incerteza também nos fascina. Desgastar-nos diante das dificuldades, cria uma atmosfera de alegria, motivação e confiança.

Sistelo foi o destino. Conhecida como “o pequeno Tibete português”, tem nos seus fabulosos socalcos uma marca identitária única em todo o país. Antiga póvoa medieval, guarda ainda toda a beleza rural ancestral moldados durante centenas de anos pela intervenção humana, são o ex-líbris da povoação e verdadeiros símbolos do convívio secular entre Homem e Natureza, criando uma paisagem de características e únicas, mesmo quando o tempo ajuda pouco a visibilidade. Uma caminhada diferente, com muita água, que testou a capacidade de resiliência do grupo.

Uma rota a não perder… Fica o registo com algumas imagens dos 20km..

O caminho é fantástico bordeado por vários exemplares de vegetação autóctone como tojo, as urzes, a carqueja, o carvalho, os fetos, o castanheiro, e a peste das mimosas que nestas paragens chegam a atingir a dezena de metros. No cume, a 1416 metros, ergue-se a Ermida da Senhora da Serra do Marão, cuja romaria se conhece em Portugal por ser a “Romaria mais alta de Portugal”. No cimo a paisagem transforma-se e imagine-se… em dias muito claros (sem neblinas no horizonte), vê-se o próprio Oceano Atlântico. Imponente, robusto e frágil este Marão.

Porque o momento exige as fotos da “praxe” seguimos pela cumeada, avistando aqui e ali diversas ravinas e escarpas.

É um ambiente típico de montanha, onde os trilhos e carreiros também dão lugar a estradões e muita cascalheira. Mafômedes, onde começamos o trilho de 18 km é uma aldeia remota bem longe da agitação e onde corre o pequeno Rio Teixeira, afluente do rio Douro, encaixado entre duas íngremes encostas da serra. É um lugar lindo, venturoso e mágico.

Bem perto, ainda para visita “obrigatória” temos a mina do Teixo situa-se na colina que forma o maciço central da Serra. Também conhecidas por minas de Penedo Ruivo, teve atividade para obtenção de estanho,, sendo que a laboração principal foi entre 1940-1968, quando para além da extração posterior de cassiterite, columbite/tantalite.

Uma rota a não perder…